quinta-feira, 18 de setembro de 2014

A vida no Porto


Pois bem, em baixo disse que tinha mudado de faculdade e é verdade. Este semestre vou fazê-lo no Porto. Para além de estar mais pertinho de casa vou aproveitar para amealhar uns trocadinhos e voltar para a real cidade - de onde nunca deveria ter saído.

Aproveito que enviei, há pouco, um e-mail sobre este assunto, para vos contar como são as coisas no Norte e, principalmente, como são diferentes do Centro.

A minha opinião, ainda, não é muito positiva, espero que um dia o seja, mas tenho a dizer em minha defesa (antes que alguém se lembre de mandar hate - sempre quis dizer isto, como se fosse VIP ou se o meu blog fosse lido por alguém que não seja eu ahah) que acho, honestamente, que os gostos das pessoas em relação às faculdade vai depender sempre do sítio onde começaram.
E justifico esta minha premissa com o seguinte:
 - A não ser que as pessoas realmente queiram mudar de faculdade porque gostam mais ou porque sempre quiseram, se for por Erasmus, Almeida Garrett ou programas de embaixadores, a faculdade de origem será sempre melhor. Em tudo. Principalmente porque são extremamente diferentes.
E, no que toca a Coimbra e ao Porto, se começaram no Norte, este será sempre melhor, se começaram no Centro, será Centro para sempre. Não podiam ser mais diferentes um do outro.
Eu comecei no Centro, por isso mesmo a minha opinião vai nesse sentido. Quem quiser discordar está à vontade!

A vida no Porto resume-se a uma coisa muito simples: Grande M****
E porquê?
A faculdade parece um labirinto e é exatamente igual a uma escola básica/secundária.
Não voltarei a queixar-me das cadeiras do anfiteatro da FPCEUC, uma vez que as da FPCEUP são 3x piores.
Não há ergonomia mínima, as salas são minúsculas e temos de fazer acrobacias ninja para nos sentarmos, as escadas são a pique e os profes estão BEM lá no fundinho de tudo. Escusado será dizer que não usam microfone e eu não ouço puto!
O meu horário é tão estranho, mas tão estranho que eu ainda não sei se o adoro ou se me mato.
Só tenho aulas segunda, terça e sexta. Segunda e terça tenho aulas o dia todo e sexta tenho laboratórios durante 1.30h de manhã.
Por um lado é bom: tenho dois dias livres que posso usar para organizar coisas.
Por outro lado é mau: segunda e terça é de morrer e sexta de manhã é totalmente desperdiçada.
Estou mais corcunda que o corcunda de Notre Dame por causa daquelas cadeiras.
As aulas são um gozo:
Os profes são extremamente acessíveis e simpáticos, mas falam imensamente baixo.
Dizem que não estão lá para avaliar a nossa capacidade mnésica e que se não soubermos conceitos, mas soubermos as definições, dá igual. As avaliações consistem em leituras individuais de livros ou exposições orais de um tema supostamente dado pelo professor.
Vou ter de levar com Freud até aos olhos (e como eu gosto dele...)
Os profes param as aulas para falar com os alunos e, não raras vezes, sabem os nomes deles.
Isto não vos faz lembrar nada?
É que a mim faz-me lembrar o secundário...
Algumas considerações importantes:
 - Eles têm, efetivamente, aulas de apresentação
 - Os professores falam com os alunos durante as aulas
 - Vão ter duas semanas em que não vão haver aulas: uma em Outubro por causa da apresentação de teses e uma em Novembro porque é a semana da Psicologia (ou vice-versa). 
Como é que eles não hão-de ter boas notas? Como?

Mas nem tudo é mau:
Os Serviços de Relações Internacionais e Mobilidade são UM ESPÉTACULO! Vou organizar uma seita para contratar uma equipa da Máfia para aniquilar a U., uma vez que Coimbra está 10 passos atrás do Porto (pelo menos)!
Nota-se que eles têm dinheiro! Ou pelo menos sabem como o utilizar (e usam-no com os alunos)
A biblioteca está mega apetrechada com tudo quanto é livro.
As turmas práticas são, verdadeiramente, práticas e não há mais do que 30 alunos por turma.
Têm uma cantina dentro da faculdade e uma livraria daquelas que vende livros de ler e não de estudar.
Têm 3 ou 4 auditórios e os gabinetes dos profes ficam ao lado das salas de aula (literalmente)
Têm espaços de convívio e lazer dentro da faculdade e a Associação de Estudantes tem realmente poder lá dentro... mas uma coisa do outro mundo!
Têm duas tunas: a Atituna e a Looney Tuna. Continuo a preferir a Desconcertuna, mas mesmo assim não são maus de todo :p

As praxes:
Ainda não fui praxada, porque tenho aulas o dia todo (e eles marcam faltas, imagine-se!), mas pelo que vi e ouvi aquilo é super paradoxal: por vezes, são super amorosos com os caloiros, por outras, são bué bruxos. 
São extremamente bem organizados, mas, claro, também há stresses! Para o exterior parece que está tudo bem porque reclamam uns com os outros quando os caloiros não estão por perto. Há um respeito pela hierarquia que até dá medo. Mas isto apenas "dentro" da praxe, porque fora são todos amigos e andam aos beijinhos e abraços. Lá dentro, até semi-putos baixam os olhos!
A praxe cá não é sexista, mas mista. É de delirar!

Há rapazes nesta faculdade!
Para aí 50 em 200. E muitos deles são bem gandins ;)

A minha vida nesta faculdade:
Odeio!
Não tenho amigos, eles têm todos grupinhos pré-formados, não gostam de pessoas que venham de fora, são imensamente preocupados com a imagem e toda a gente tem um Iphone!
Detesto andar tanto tempo de transportes públicos. O metro vai sempre cheio e cheira mal. Demora imenso tempo a chegar ao destino e depois nunca acerto nos horários dos autocarros porque eles se atrasam sempre... ontem, por exemplo, fiquei à chuva durante imenso tempo à espera do autocarro.

Conseguem entender pelo meu discurso que é totalmente diferente de Coimbra. E eu gosto tanto, mas tanto, mas tanto de Coimbra que parece que as nuvens choram por mim... incessantemente, constantemente, impiedosamente, dolorosamente... enfim.



http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/6a/Godavari_old_and_new_bridges_2.jpg

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