Lição número Um

Sabem qual é o melhor sentimento de sempre?

Estar apaixonada por alguém.

E eu sei que este é só mais um cliché dos tantos que invadem o meu blog todos os dias (ou quase). Estar apaixonada é das melhores coisas da vida, melhores, melhores, melhores! Aquele sentimento'zinho de que éramos capazes de dar a vida por alguém, a euforia que sentimos ao encontrarmos essa pessoa na rua, o bater do coração só pelo facto de sentirmos o seu corpo ao cumprimentá-la e nem precisa ser um beijo na boca, todo apaixonado, com um abraço igualmente entusiasta, não precisa; um simples toque e dois beijinhos na face são o suficiente para alterar o ritmo cardíaco. Vaguear à noite pela Via Láctea com essa pessoa ao lado, contar as estrelas uma por uma, dar-lhes um beijinho e um abraço, esses sim, apaixonados, colher flores no Sol e pernoitar na Lua, agarrados a essa pessoa, abraçados ao seu corpo frágil e dócil que nos protege ao mesmo tempo que nos excita. Pensar minuto após minuto nessa mesma pessoa, saber detalhes que ninguém sabe, decorar a maneira como essa pessoa escreve, como essa pessoa fala, como essa pessoa anda, como essa pessoa ri. Apaixonarmo-nos por cada milímetro dessa pessoa: pelo seu sorriso, pela sua gargalhada, pelas suas mãos arranhadas por brincadeiras parvas com os animais de estimação, que adoramos também; pelo seu cabelo um bocado "messy", pelas suas roupas tão sexy e invulgares, tão na moda e tão contra ela, pelos seus olhos que brilham quando nos vêem, pela sua língua que lambe os lábios e nos mostra o nervosismo, pela sua barriga que acusa a sua respiração, que adoramos também. Passamos a gostar de coisas que nunca tinhamos ouvido falar e que pensamos nunca vir a gostar porque é isso que o amor nos faz: apaixonarmo-nos pelo outro, tanto e tão fortemente que chega a doer. É ficar com um sorriso estúpido na cara com cada palavra pelo outro proferida e ficar extremamente alerta, com borboletas na barriga, sempre que ouvimos o seu nome, e que nome comum que tem! É isso que o amor nos faz: apaixonarmo-nos por tudo no outro, tanto e tão fortemente que chega a doer.

Sabem qual o pior sentimento de sempre?

Estar apaixonada por alguém.

Principalmente quando descobrem que as coisas nunca podiam resultar entre os dois. Sobretudo quando descobrem que as coisas nunca vão resultar e são a única parte da conta a esforçar-se para atingir um resultado positivo. É quando aquilo que vos apaixona na outra pessoa vos faz perder a paciência e vos atinge o crânio que nem uma lança da Época Medieval. É quando a sua gargalhada vos faz gelatina e ao mesmo tempo vos deixa saber que a outra pessoa está a gozar convosco. É quando o seu modo grosseiro e despreocupado pela vida já não vos apaixona mais, mas deixa-vos saber que são tão diferentes e nada vos iguala. É quando a pessoa já não vos procura mais, quando já não há mais tema de conversa se vocês não o fizerem, quando deixam de querer lutar pelo outro e a única coisa que vos apetece fazer quando pensam nessa pessoa é chorar. E lembrem-se que estar apaixonado por alguém é pensar nessa pessoa minuto após minuto. Chorar minuto após minuto por algo que nunca chegou a começar e acabou tão rápido quando vocês ainda tinham muito para dar. 

E eu tinha muito para dar. E a única coisa que eu queria e precisava na vida era ouvir aquela gargalhada mais vezes, por motivos parvos, por coisas idiotas, por razões estúpidas... não interessa porquê, desde que fosse partilhada comigo. Queria e precisava de um abraço dos braços com que sonho inúmeras vezes, os braços fortes que contam histórias e nem falam, que seguram uma guitarra e completam um sorriso. Queria e precisava de uma brincadeira com as mãos, as minhas nas dele, as dele nas minhas, e uma brincadeira intimista e comprometedora, de umas mãos que modelam as cordas e fazem música, de umas mãos marcadas pelos dentinhos de um cãozinho bebé, de umas mãos que me podiam fazer feliz e uns lábios também...

Lição nº 1 - "Se o amor te apanhar, chama a polícia. Este sequestrador é perigoso e o resgate pode ser caro." 

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