É verdade que detesto este horário de Inverno. É também verdade que nasci no Verão e o facto de estarem 30ºC em Outubro não me faz confusão nenhuma, antes pelo contrário, deixa-me com um super-bom-humor de fazer inveja aos invejosos. Mas a verdade que mais me fascina é o facto de que poder sair das aulas, já de noite, de manga cava, e ver as luzes da minha cidade, me enche o peito de uma felicidade que eu já não me lembrava de sentir.
Sim, é verdade, não nego, que ainda não gosto de estudar aqui, tão perto de casa. Não gosto de andar de transportes públicos tanto tempo, não gosto de como as coisas são diferentes entre Coimbra e o Porto e sim, é verdade, não nego, que tenho um turbilhão de saudades da minha Coimbra, do tempo seco, da história, dos edifícios, do perto se tornar longe, do longe se tornar perto, da minha família Coimbrã, das minhas amigas que se tornaram irmãs, das conversas até tarde, das festas intermináveis sem sair de casa, dos "é só um café" até às tantas da manhã. Sim, tudo isso é verdade.
Mas eu sou tão citadina, tão filha desta cidade que me acolhe agora, tão dotada de um espírito metropolitano, tão confortável no meio da confusão, tão sossegada no meio do desassossego....
Adoro as pontes, as luzes, as lojas inimagináveis em todas as portas, os prédios que não acabam, o "ferro e betão" do estilo Atlantic City ou Dubai, dos shoppings, do movimento, do metro (quando não estou dentro dele), dos carros que não param, das pessoas que se multiplicam, dos restaurantes, os cafés, a publicidade, as luzes, as cores, as cores e as luzes, o novo e o velho e os dois juntos num só. O Porto e só o Porto, quando eu não lá estou. E como eu o adoro!
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