segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Dura, dura



Tenho uma nova descrição/definição para mim própria.
Sabem o coelho da Duracell?
Aquele que tem sempre um sorriso meio esquizofrénico, que é elétrico, até treme um bocado e precisa de ajuda psicológica?
Sabem?
Sou eu!

Detesto acordar e detesto adormecer. Aborreço-me se estiver sem fazer nada e adoro o sentimento de estar o dia todo na cama a fazer... nada. Não suporto estar muito tempo sem ação, tenho a mente constantemente num reboliço e a "minha cena" é ter ideias constantemente. O meu cérebro não pára!
Adoro dizer que não tenho tempo para nada - porque não tenho mesmo -, mas, no fundo, o tempo que eu me queixo não ter seria usado a dormir, por isso não seria muito produtivo. Não suporto não ser produtiva, tenho necessidade de fazer coisas!
Adoro pessoas, adoro conhecer pessoas, adoro estar num espaço com muita gente a observar pessoas, adoro tudo nas pessoas. No entanto, as pessoas irritam-me por serem tão más. E quanto mais conheço das pessoas, mais sei o quão egoístas elas são: têm tantos defeitos e tantas coisinhas que são facilmente observáveis, mas levam a vida a falar mal dos outros, porque é mais fácil, porque é mais divertido, porque é menos doloroso, menos evasivo e porque é uma excelente máscara e um espetacular mecanismo de defesa.
Adoro pessoas! E detesto-as, de vez em quando.
Sou incrivelmente adulta e já vivi bastante. Para dizer a verdade, detesto crescer e adoro ser criança. Até tenho um bocado de síndrome de Peter Pan.
Não tenho medo de alturas, não tenho medo de voar, nem de nadar, nem de velocidade, nem da suspensão, nem de magia, nem de rituais, nem de animais selvagens, nem de bichos pequenos.
Mas tenho medo do escuro e morro de pânico com sardões, os únicos bichos que não ferram nem fazem mal aos humanos.
Adoro casais! Tenho uma tonelada de amor para dar e sinto-me capaz de passar a minha vida a fazer terapia familiar. Adoro famílias. 
É claro que a minha família é disfuncional e nenhuma das minhas relações resulta.
Sou completamente viciada nos meus pais. E não deve haver ninguém que me faça mais triste ou mais feliz, mais irritada ou mais eufórica, mais zangada ou mais emocional...
Adoro comida e adoro comer... nem sequer me importa saber quantas calorias ingiro numa refeição. Adoro comer!!! Mas estou constantemente em luta com o meu corpo e nunca hei de sair da dieta.
Só não dou aquilo que não tenho, faz-me aflição as pessoas que estão sozinhas, chateiam-me aqueles que muito têm e nada dão, disponibilizo todo o meu tempo para estar com aqueles que não têm ninguém disponível e dou comida e dinheiro a quem não tem e verdadeiramente precisa. Mas, claro, não tenho dinheiro para pagar as minhas coisas e muitas vezes, nem para comer. Não me fizeram rica e o euromilhões não sai a quem partilha.
E não me lembro de mais nada, mas podia. No entanto, não me apetece falar de mim porque não gosto de pensar em mim. Por outro lado, não paro de o fazer, porque sou eu e é a na minha vida que tenho de pensar.

Conseguem imaginar paradoxo melhor construído?
Encontram algum outro adjetivo para me descrever para além de esquizofrénica?
Há toda uma linha do Equador a separar o meu self ideal do meu self real... e parece que não vai diminuir.
Costumo pensar "olha fod*-s*, é assim que eu sou, azar!", mas depois, quando penso bem, só me ocorre "mas em que fábrica é que eu fui feita? Espero que já tenha ido à falência!"
São vidas... e esta é a minha ;)


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