segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

J



O outro dia, ainda este mês, encontrei um site, com uma notícia em particular, no feed de notícias do meu facebook. Podem ler a "notícia" aqui.

Pessoalmente, sou a maior defensora do lema de que todos temos direito à nossa opinião e, num país democrático como o nosso, acredito piamente na liberdade de expressão. Mas, agora muito honestamente, parece-me que este senhor ou teve um problema mais ou menos sério com uma Jota qualquer da sua cidade ou, então, é um Jota frustrado ou pseudo-jota.

As Jotas albergam jovens desde os 14 aos 30 anos e neste ponto nem vou pegar. De facto, também não concordo que comece aos 14, pois não me lembro de ter conhecido alguém com 14 anos com discernimento suficiente para saber as diferenças entre os partidos políticos e optar pela Jota "da sua cor", mas sim pequenos jotinhas que seguem os ideais dos seus pais ou antecessores. 

Ignorando esse aspeto, não vejo qual é o problema de haver Jotas e o problema deste e doutros senhores. Na realidade há pessoas jovens que gostam de política e se interessam por estas coisas, há pessoas jovens que gostam de fazer coisas mais interventivas e, honestamente, não noto muita diferença entre uma Jota e um grupo de jovens católico, um grupo de jovens desportivo, um grupo de jovens sócio-caritativo, um grupo de jovens artistas ou um grupo de jovens de qualquer outra coisa. O ponto é o mesmo: são todos grupos de jovens com interesses diferentes!

E onde eu quero chegar é exatamente aí! Todas as Jotas são diferentes, mesmo quando respeitantes ao mesmo partido político, assim como todos os partidos são diferentes entre si, todas as associações de estudantes são diferentes, todas as escolas são diferentes, todos os ideais disto e daquilo são diferentes, (e como está muito em voga ultimamente) todas as praxes são diferentes, todas as culturas são diferentes e todas as pessoas são diferentes. É esse o grande mistério e a grande beleza da genética: não existem, em parte alguma, dois códigos genéticos iguais. E o mesmo acontece com as Jotas: não há duas Jotas iguais. Umas podem ser muito boas, outras muito más, outras assim-assim. Umas podem ser compostas por jotinhas acabados de nascer, outras por jotões na idade da reforma, outras por jotas no meio. Umas são do Norte, outras do Sul, outras do Centro. São todas Jotas, sim, envolvem-se todas em processos eleitorais, politiquices, mescambilhices, caciques, entre muitas outras coisas; todas criam eventos para ajudar as suas cidades ou aldeias, todas fazem ações disto e daquilo em prol dos outros, todas tentam servir o povo como melhor sabem; uns são mais camaradas do que outros, que, por sua vez, podem ser mais altivos ou ambientalistas, mais extremos ou comunistas, mais ao centro ou idealistas, mas no fundo, todos lutam pelo mesmo: o enaltecimento do meio em que vivem, um aproveitamento dos recursos que se ignoram vezes e vezes sem conta, uma política melhor, a emergência dos valores em que acreditam. E é por isso que todas as Jotas são diferentes, assim como todas as pessoas o são: os valores que defendemos nunca são os mesmos, mesmo que sejam os melhores!

E depois há o último ponto de referência: os líderes!
Neste artigo, toda a Jota (daqui ou dali) é resumida ao papel principal do líder, do coordenador, do que, como diz o autor do artigo, quer o tacho, quer subir na vida à custa de não fazer nada, quer mandar no país a começar pela juventude estragada de sempre ter querido mandar. 

Pessoalmente tenho a dizer que nem sempre o líder é o espelho da equipa ou vice-versa. Há líderes que não o deviam ser: uns por falta de assertividade ou autoritarismo, por dissolução de autoridade, por falta de vocação, por falta de sentido de liderança, pelo que quer que seja; outros, que só são líderes pela quantidade de amigos que têm, pela comodidade e pouca distância das mesas de voto, pelo, exatamente, tacho que podem arrecadar com isso; outros, ainda, que só não são líderes pela falta de vontade alheia, pela falta de consciência dos que votam e, na maior parte das vezes, pela vitória da abstenção. Nem sempre o líder de um equipa, seja ela qual for, é o merecedor do lugar. E digo isto com conhecimento de causa, em mais do que um aspeto.

É de minha opinião que, se se devia acabar com as Jotas, também se devia acabar com as Associações de Estudantes, que em muito se assemelham, com as Associações Académicas, com as Direções Desportivas e Associativas e, já agora, com as chefias nas empresas. Se é para falar em valores que não são respeitados, em líderes que não merecem os cargos, em pessoas que ascendem alto sem fazer por tal, então vamos acabar com a maior parte dos dirigentes nacionais, sejam eles quais forem, e, possivelmente, viver numa anarquia. 

A generalização de caso nunca é viável... é fácil para a crítica, é fácil para fazer artigos destes, mas é zero a representar a realidade!

Moral da história: há Jotas e Jotas e eu orgulho-me de ser Jota!


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Liberdade de expressão!