sexta-feira, 23 de maio de 2014

O que as mulheres não querem

"Há umas semanas atrás, debitei p’raqui em jeito de manifesto uma série de coisas que quero, enquanto mulher, alertando o caro leitor para o facto dessa lista ser, na maior parte das vezes, refeita, alterada e sujeita a um sem fim de adendas, conforme o estado de espírito.

Ora, meus caros, as mulheres podem, de facto, mudar de preferências em relação ao que querem, ou mudar de opinião várias vezes à semana – e ao dia – mas se há coisa que nós sabemos, e bem, é aquilo que não queremos. Especialmente quando de homens se trata.
A saber:
As mulheres não querem sovinas. Se não precisamos de um anão amestrado que nos sustente, nos pague viagens, roupas e jantares caros, muito menos precisamos de um jovem que corra o cardápio de fio a pavio à procura do prato mais barato, que vá pela nacional porque a portagem é muito cara e que se recuse a sentar-se connosco à mesa de um café onde a bica seja a mais de 0,50. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra.
As mulheres não querem banheiras com cabelos e derivados. Nem tampas da sanita para cima. Nem unhas cortadas aleatoriamente e deixadas por aí.
As mulheres não querem patos bravos que se vangloriam de beber até cair – e  que o fazem, efetivamente. Poucas coisas serão menos sexy que um homem perdido de bêbedo, a perder a noção (e o charme, diga-se) . À exceção de slips da Abanderado azul-cueca.
As mulheres não querem homens a dormir de meias, quais avozinhas (e quem diz meias, diz pijamas). Façam-se rijos, andem descalços pela casa, durmam de pernas à vela. Homem que é homem não tem frio.
As mulheres não querem Crocs (ou então não deviam querer). Os Crocs, a par dos corsários de toda e qualquer espécie e de panamás, são o expoente máximo do horror no sexo masculino.
As mulheres não querem homens que não saibam conduzir, que nos peçam para estacionar e que deixem o carro ir abaixo nos semáforos. Atenção, o que se pede aqui não são Ayrton Sennas deste Portugal, armados em campeões a sacar peões nos primeiros metros quadrados de brita que vejam à frente… Mas não controlar um ponto de embraiagem? Francamente…
As mulheres não precisam que lhes abram a porta do carro ou de casa, mas gostam de cavalheiros. Cedam-nos o lugar no cruzamento, na fila para a casa de banho ou no balcão da discoteca, em vez de se pôrem nervosinhos a tentar bancar o Neanderthal incapaz de dar a vez a uma senhora. Um homem de verdade faz isso e muito mais.
As mulheres não querem meninos da mamã. Não precisamos de risottos ao jantar, ovos benedict pela manhã ou empadinhas de vitela no forno quando chegamos a casa; precisamos, sim, de um homem desenrascado, que saiba orientar meia dúzia de coisas para comer, que não se assuste a acender o fogão a gás e que, orgulhosamente, nos leve o pequeno almoço à cama volta e meia.
As mulheres não querem action-men. Abaixo com os armários de 3×3, peitos insuflados prontos a explodir a qualquer momento, braços 20 cm afastados dos troncos, andar de perua e corpos impecavelmente depilados (muitas vezes, melhor que os nossos) e untados em óleo Johnson, brilhantes que só eles. Não queremos cá desleixe, mas não precisamos mesmo de bonecos de cera. Vale?
As mulheres não querem ser o homem da casa. Nós tratamos da decoração, muitas vezes das refeições e da roupa, temos as gavetas sempre perfumadas, chás de todos os sabores na despensa e a cama feita de lavado. O mínimo que podem fazer para retribuir é ficar com as burocracias, reclamar com a Vodafone porque o serviço foi abaixo, abrir a porta ao senhor que vem ler o contador, tratar das inspecções do carro e dos seguros.
As mulheres não precisam de génios, mas gostam de homens inteligentes; ou por outra, interessantes. Que saibam quem foi Gabriel Garcia Marquez, que conheçam música para além dos Xutos, que leiam para além do Record e da Bola, que possam ter uns bons minutos de discurso sem dar pontapés na gramática e que consigam não acionar o alarme do corrector ortográfico cada vez que escrevem. Erros como “podía-mos” ou “ver-mos” são fatores de exclusão IMEDIATA.
As mulheres não querem cagões. Para dizer depressa e bem, é mesmo isto. Um cagão é um espécime que não nos apraz. Homens que só se conseguem fazer valer pelo carro descapotável que vai aos 200 em menos de nada, pelo loft na 24 de Julho, pelo perfume carérrimo que importam dos EUA, pelo barco que têm atracado na marina e com o qual saem pontualmente com uma data de cagões do mesmo bando para beber gin tónico à vela ou pelo rendimento mensal com 5 dígitos, não devem mesmo conseguir fazer-se valer por mais nada. Tone it down, boys.
Por agora, acho que é só isto.
Os pontos acima são inalteráveis, mas a lista está sujeita a sucessivos acrescentos.
Despeço-me com amizade."





Vi este post no blog Supa-woman que recomendo muitooo!


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