sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Duelo de Titãs



Eu sei que não conclui a minha tarefa de ver todos os filmes nomeados para os Óscars em 2014 e que já há novos filmes nomeados para os Óscars 2015 e que eu já os estou a ver. Eu sei!
Um dia destes, termino a visualização de todos os filmes numa compilação 2014/2015...

The Theory of Everything


http://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/b/b8/Theory_of_Everything.jpg


Acho que toda a gente, que seja verdadeiramente humana, tem uma adoração quase inconsciente pelo Stephen Hawking. Quanto mais não seja pelo simples facto de sabermos que o senhor podia ter desistido de tudo e, mesmo assim, preferiu lutar e transformar-se num verdadeiro génio. Ainda melhor que Einstein, a meu ver (também sou um bocado suspeita por falar do Einstein, porque não gosto do senhor nem pintado de azul e branco). 
Adorei este filme/biografia porque retrata tão bem a vida do Hawking e está tão melhor, mas tão melhor que a medíocre biografia do Steve Jobs. E, honestamente, merece mais mérito este Stephen Hawking que o Steve Jobs. Mas não é disso que eu quero falar.
Por que é que A Teoria de Tudo não deve ganhar o Óscar de melhor filme em 2015?
Porque é uma biografia!
Por que é que eu acho que a A Teria de Tudo vai ganhar o Óscar de melhor filme em 2015?
Porque toda a gente gosta de uma historinha da vida real onde as pessoas ficam deficientes e combatem preconceitos. 
Condenem-me à vontade, eu sei que mereço porque, possivelmente, até estou a ser injusta, mas não acho que um filme quando é uma biografia deva ganhar um óscar, porque vamos avaliar a vida da pessoa, que já sabemos de antemão que é maravilhosamente perfeita e eu adoro o Senhor, e não a qualidade cinematográfica e o enredo/história do próprio filme, que está muito bom, sim, mas não tão bom assim para ganhar um Óscar. Aliás, comparativamente com 12 Years a Slave, está bastante fraquinho até.
De qualquer maneira, está um excelente filme, adorei. 
Os atores estão de parabéns, há imagens lindíssimas, passagens cruciais, gostei muito, muito.
Por favor, façam uma estátua ao ator Eddie Redmayne, poucas pessoas seriam capazes de fazer o que ele fez.

E já que querem dar tanto destaque a filmes baseados em factos reais onde as pessoas combatem preconceitos e são combatidas pelos mesmos, aqui está o outro Titã:

The Imitation Game

http://static1.squarespace.com/static/4ff6691be4b0caef779fb186/53208399e4b087367276a2c7/541ae73ce4b09194f762aa54/1411670235974/?format=1500w


Há muita coisa que podia dizer sobre este filme, sendo que as coisas principais são:

  1. Não sabia da existência de Alan Turing e tenho uma visão completamente diferente da Guerra Mundial, agora que sei sobre ele.
  2. Não gosto do Benedict Cumberbatch e até me sinto mal por isso... acho que devia gostar dele um bocadinho mais, mas não consigo.
  3. Tenho a mesma opinião em relação à Keira Knightley e à Rachel Mcadams: ou elas são demasiado seletivas nas personagens que interpretam ou sou eu que gosto delas de todas as maneiras.
Gostei do filme.
Acho que se não fossem todas as analepses e prolepses, talvez, só talvez, o filme não tivesse tanta graça, mas o realizador foi demasiado inteligente para não cair nesse erro e, muitos parabéns, o filme está super cativante.
No entanto, mais uma vez, não é um filme para ganhar um Óscar, pelos mesmos motivos que a A Teoria de Tudo.
Parece-me, a mim que sou um bocado ignorante, que O Jogo da Imitação vai ser um excelente pretexto para uma marcha gay e que Alan Turing vai servir de Mártir para muito boa gente. Eu espero que não... seria mais uma memória e mais um assunto sério a serem levados com demasiada leviandade...

Muito bons filmes, sim senhor!
Só tenho uma coisa a lamentar: ok que a qualidade técnica está muito boa e muito bem desenvolvida; ok que as conversas em silêncio, como eu adoro, estão super bem projetadas; mas estamos a voltar ao cinema mudo? É que, em ambos os filmes, não se apostou nada, nada, nada nos guiões. Ainda para mais havia frases lindíssimas dos senhores que se podiam ter aproveitado, mas não... o poder da linguagem não-verbal foi maior. E eu concordo... eu sou uma tipa das micro expressões, acho que devem ser muitíssimo valorizadas. Mas isto é cinema, gente! Não podemos perder a riqueza dos discursos... nem apostar tanto nos monólogos e voz off, já cansa um bocado. Mas tudo bem... são bons na mesma!

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