segunda-feira, 9 de março de 2015

Eu tenho uma casa nova



E quase nem acredito que consegui, finalmente, sair do sítio onde estava e não me sentia minimamente feliz ou animada, integrada ou tolerante, sequer.
Já tenho saudades do barulho e da azáfama, das pessoas, da rua, do quão tudo era tão perto, mas agora, longe do centro, sozinha e no meio do silêncio, apercebo-me que cresci na minha tristeza e que, no meu momento mais tristonho deste ano, descobri partes de mim que não conhecia e uma faceta de que não estava à espera. 
Não gosto de crescer e isso já não é novidade, mas nunca pensei que, neste processo de crescimento constante, algum dia fosse capaz de aceitar em mim o que mais repudiava e o que mais tentava mudar. Chama-se adultice emergente, não é verdade?

Eu tenho uma casa nova!
E tenho uma marquise que faz a minha sala de jantar parecer uma marisqueira luxuosa num meio rural.
E tenho uma banheira que dá água quente, sem problema algum.
E tenho um fogão que, efetivamente, se liga.

Não, eu não moro num palácio, mas acreditem que sabe como tal!


http://www.presidencia.pt/archive/img/026-090721-PR-0143.jpg

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