quarta-feira, 18 de março de 2015

Sou pequena, e depois?



Há uma coisa que me chateia terrivelmente que é o facto de as pessoas medirem as capacidades/qualidades das outras pessoas pela idade.
Sim, eu sou novinha.
Sim, faço trabalhos com gente crescida.
Sim, normalmente sou a mais nova do meu círculo de amigos.
Sim, não adoto cargos muito altos porque ainda sou demasiado "pequenina" para os ter.
MAS,
Tudo aquilo que eu conquistei: os cargos, as posições, as delegações, os grupos, as atividades, o tempo, as capacidades, as conquistas, as vitórias, foi graças à minha qualidade, ao meu empenho, à minha dedicação pelas causas e em nenhum desses momentos tinha mais um ou menos um ano em cima. A minha idade era sempre a mesma e mesmo assim consegui, não foi?

Sou apologista das ideias e do trabalho e não da idade.
As pessoas não se medem pela idade cronológica.
Que me interessa a mim saber que idade tem aquela pessoa se o que ela faz e pensa é muito mais importante e significativo?
E que vos interessa a vocês saberem que idade é que eu tenho, desde que desempenhe as minhas funções o mais corretamente possível?

Chateia-me isto!

E passo a explicar o meu último "és demasiado nova para ter opinião".

No próximo sábado vai haver uma grande festa, pela qual eu estou a ansiar há cerca de um mês - ou mais até.
Sugeri, a 3 pessoas, que se fizessem as coisas de forma simples porque "menos é mais" e quanto mais económica e grande fosse a festa, mais possibilidades de atrações múltiplas iríamos ter.
Pois qual não é o meu espanto quando o grupo "das pessoas grandes" se reúne e decide que não vamos fazer uma festa económica, mas sim, pequena e cara, com qualidade, seja lá isso o que for.
Concordei. De facto, não estava na reunião e a minha opinião tinha sido deliberadamente e democraticamente ignorada.
Hoje, liga-me a minha mãe com notícias do outro lado da barricada, ou seja, das pessoas adultas, que pensaram que podiam fazer uma festa maior e mais económica se fizessem X, Y e Z que eu já tinha dito.
Respondi-lhe eu: "mas isso foi o que eu disse no sábado!"
E diz-me ela: "se calhar não te ouviram ou não pensaram na hora".

Mas é sempre isto que acontece, não é?
Não pensam na hora, não me ouvem, não me dão qualquer tipo de relevância, porque "o que é que a criança pode saber que eu não saiba?"

É pá, eu agradeço que achem que eu sou pequena.
Aliás, deve ser esse o maior motivo pelo qual só trabalho com gente crescida: para me considerarem pequena e para eu própria ter motivos para não achar que estou velha.
No entanto, e apesar de gostar muito de ser pequenina, de ser novinha e de ser um anjo a fingir, eu tenho opinião, ok? E a minha opinião é tão válida quanto a de outra pessoa que trabalhe com o mesmo objetivo e para o mesmo fim. Mesmo que essa pessoa tenha 5 anos. Se a ideia é boa, qual é a cena?

Pessoas,
Parem lá de achar que só os mais velhos é que têm poder de decisão e que só as vontades deles é que merecem ser ouvidas.
Somos todos iguais, lembram-se?
Só a experiência de vida é que vai aumentando. Tudo o resto, é mais ou menos linear.



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